Disclaimer

A intenção desse conteúdo é expandir a consciência sobre determinados lugares, mitos e histórias contadas em algum momento pela humanidade. Muitas das informações podem não encontrar embasamento científico ou contrariar teorias correntes. O conhecimento, ao longo da história, é constantemente atualizado, construído ou substituído quando há uma compreensão maior. Sendo assim, queremos construir uma abordagem séria, dentro do livre pensamento, e na sua utilização de forma benéfica para a evolução coletiva. Se você gosta desse tipo de conteúdo considere, por favornos seguir no Instagram e Youtube para mais.

Introdução

Olá, Buscadores! Acabei de voltar de uma incrível viagem pela Ibéria e pelos Pirineus em busca de traços da presença dos templários e da famosa lenda do Santo Graal na Europa, mas, um lugar em especial me chamou muito a atenção:

Rennes-le-Chateau.

Obviamente, há uma quantidade imensa de conteúdos de todas as experiências que tive lá, mas se você segue a gente, possivelmente vai ver todos por aqui. Nesse, vamos explorar os mistérios da pequena cidadela de Rennes-le-Chateau e suas relações com os templários e até mesmo com a lenda do Santo Graal.

Pegando um atalho, há uma história bastante famosa que em Rennes-le-Chateau foi achado um tesouro de valor imensurável. Quem achou esse incrível tesouro foi um homem chamado Berenger Saunière, um humilde representante da igreja que foi enviado para o local com a missão de reconstruir uma velha capela atribuída a Santa Maria Madalena.

A história é tão famosa que deu origem a diversos best-sellers, incluindo o famoso “Código Da Vinci”. Claro que lá a história é apenas uma ficção, mas reuniu fatos e nomes da história real que vamos contar aqui.

A Jornada de Saunière

Saunière era um enviado da igreja católica sem grandes posses que foi atribuído para pregar, tomar conta e reformar a pequena igreja de Santa Maria Madalena. A província de Rennes le Bains, onde fica o Chateau não é um lugar qualquer na história. Além de ter sido palco da presença dos Celtas há milênios, também foi, comprovadamente, solo de ordens misteriosas e missões templárias e cátaras.

Se você não sabe o que isso significa, vamos simplificar: Os celtas, templários e cátaros eram portadores de grandes conhecimentos e tesouros ainda não completamente entendidos e revelados. Por exemplo, acredita-se que os Visigodos que habitavam essa região teriam em mãos grandes tesouros saqueados diretamente de Jerusalém pelo imperador Titus, quando os Visigodos invadiram e saquearam Roma durante a queda do Império Romano.

Além disso, as tradições orais contam que os templários e cátaros também eram defensores de um alegado tesouro. Esse tesouro, possivelmente o Santo Graal, foi explorado por nós em um outro conteúdo que você pode conferir aqui.

Voltando a Saunière, sabe-se que o padre durante um trabalho de restauração da igreja começou a achar algumas pistas muito antigas e misteriosas deixadas pelos antigos construtores do local. Alguns até especulam que Saunière foi enviado por “homens desconhecidos” a Rennes-le-Chateau com esse objetivo pré concebido.

Entre as pistas achadas pelo padre estão:

• Um misterioso conjunto de documentos, escondido em um fundo falso de um balaústre de madeira,

• Uma misteriosa lápide abaixo do altar principal, com uma figura dos cavaleiros templários e uma de Maria Madalena,

• Uma ou mais criptas com relíquias ainda desconhecidas.

A meteórica ascensão de Saunière

 Misteriosamente, Saunière após dar andamento aos trabalhos de exploração e restauração do local começou a ficar incrivelmente rico, mesmo com os grandes gastos no lugar. É provado que Saunière recebia polpudas doações de pessoas ligadas à nobreza, de fieis e por meio de seu irmão, que era uma espécie de representante e financista para sua obra. Mas, o que é bastante questionado é que a quantidade de dinheiro ia muito além das simples doações.

Saunière começou a realizar um trabalho de construção do que é hoje a localização inteira da Vila Bethania com um pequeno castelo com um belíssimo jardim, uma torre, dedicada à Maria Madalena, e ainda a restauração completa da igreja. Saunière se tornou proprietário de obras de arte e financiador de artistas que cobriram o local com centenas de figuras e desenhos no mínimo misteriosos.

Dessa empreitada começaram a surgir os rumores de que Saunière havia desenterrado um tesouro. Como seria possível um homem simples conseguir tanto dinheiro em tão pouco tempo? A meteórica ascensão começou a despertar suspeitas não só da população local, que disse que o Padre estava a violar túmulos em um cemitério dentro da propriedade da Igreja, mas do próprio clero próximo a Saunière.

As ligações misteriosas e simbolismos de Rennes-le-Chateau

 A história de Rennes-le-Chateau fica especialmente estranha quando começamos a olhar para os detalhes. Além de todo mistério já comprovado pelo enriquecimento repentino de Saunière e da ligação do lugar com ordens místicas e portadoras de relíquias, o Padre fez questão de deixar muitos quebra-cabeças e mistérios no caminho da sua construção e restauração.

Saunière parece ter feito isso para de alguma forma avisar a alguém ou a algum grupo específico sobre os seus achados. Lembramos aqui aos novatos que a alegoria e o simbolismo são uma forma especialmente útil de passar uma mensagem para aqueles que importam, driblando os olhares mais superficiais e evitar a perseguição que era muito comum na época. Vamos olhar para alguns desses simbolismos aqui:

• Os Santos dentro da Igreja de Madalena

Saunière estranhamente organizou os santos dentro da Igreja de Madalena seguindo uma sequência um tanto original. As iniciais de cada um formam a palavra GRAAL, (São Germano, São Roque, Santo Antônio do Egito, Santo Antônio de Pádua e São Lucas), com Maria Madalena no meio. Seria apenas coincidência, ou uma mensagem para os mais atentos?

• A Lápide Templária

A Lápide Templária achada por Saunière debaixo do altar é bastante curiosa, também. De um lado, uma figura bastante apagada mostra o que parece ser uma mulher com um véu, montada em uma mula, carregando um objeto. Alguns especulam que seja um recém-nascido, outros uma relíquia. Do outro lado, a figura parece mais clara, mostrando dois homens montados em um cavalo. Apesar de bastante estranho, esse sinal é claramente indicativo da presença templária e selo comum da Ordem dos Cavaleiros de Cristo.

• O Diabo na Porta

Eu fiquei bastante surpreso quando vi um imenso diabo à esquerda da entrada da Igreja! Normalmente essas figuras não são comuns nesses lugares. Após um passeio atento descobrimos que a estátua seria mais um simbolismo cuidadosamente construído para mostrar o “Mapa” da região. Sobre a cabeça a pia batismal com a fonte de água de toda a região. As mãos indicam dois diferentes lugares: o Círculo de Rennes Le Bains e a Lápide de Marie de Negre d`Ables em um curioso jogo de palavras da mão e o joelho (Cinq Genou = Saint Genou) com a data da sua morte. Até mesmo a posição sentada indica uma pedra da região que é conhecida como o “Trono do Diabo”. Seria mais uma coincidência, ou um mapa do tesouro?

• “Et in Arcadia Ego”

Uma obra de arte de Nicolas Poussin atraiu especialmente a atenção de Saunière, que foi pessoalmente ao Louvre para comprar uma cópia dessa: Os Pastores da Arcádia (Les Bergers d’Arcadie").

A Obra de Arte alegadamente tem seu cenário na região de Rennes-le-Bains e mostra uma imensa tumba onde se lê “Eu também estive (ou estou) na Arcádia”. O mais incrível é que essa tumba realmente existia até os anos 80, quando foi “destruída” por atrair uma legião de curiosos para o lugar.

No futuro pretendemos fazer um outro conteúdo falando mais sobre isso, mas o que se pergunta aqui de imediato é: De quem era a tumba? O que quer dizer essa inscrição misteriosa e a sua ligação com os estranhos personagens da imagem?

• Os Criptograma de Marie de Negre d`Ables

Se você curte resolver um quebra-cabeças no estilo agente secreto, a história de Rennes-le-Chateau não vai te deixar na mão. Existe uma série de criptogramas que foram deixados e descobertos aqui que revelam mensagens secretas. Uma delas, bastante estranha é uma lápide de Marie de Negre d’Ables que tem vários erros gramaticais e letras colocadas fora de posição. Supostamente essas letras revelam mais uma pista. Você consegue decifrar?

• Blanchefort, Bezu e Rennes-le-Chateau

Por último, há uma coincidência bastante estranha, apesar de ser considerada apenas uma especulação. As localizações de Rennes-le-Chateau, Blanchefort e Bezù formam um triângulo quase perfeito, com um pentagrama em outros dois picos da região (Lauzet e La Soulane). Os ângulos são exatamente 72 graus. Seria isso mais um indicativo do símbolo secreto que percebemos na maioria dos locais sagrados templários? Sabemos que muitas das construções antigas foram feitas usando princípios estritos de geometria sagrada.

O Fim de Saunière

 Como tudo que começa tem um fim, Saunière acabou também tendo o seu. O Padre, com seus projetos e descobertas começou a incomodar bastante alguns representantes da Igreja Católica. Seus superiores o convocaram, e o pressionaram de várias formas para abandonar os seus projetos pessoais. A riqueza também foi questionada, o que gerou uma perseguição intensa à Saunière, que foi até proibido de exercer seu trabalho. Mesmo assim, desafiando a igreja, o Padre continuou.

Não se sabe ao certo o que foi exigido dele, mas após uma avalanche de acusações, julgamentos, punições, a saúde de Saunière definhou lentamente até uma morte melancólica na sua propriedade aos 65 anos de idade. Ainda foi oferecido o perdão a ele, mas ele recusou para continuar em Rennes-le-Chateau.

Mas afinal, o que Saunière descobriu?

 Muitos especulam que o tesouro secreto de Rennes-le-Chateau seja o próprio Santo Graal. A grande questão é: o que é o Graal? Seria um conhecimento especial? Uma pedra mágica que confere poderes de fartura e abundância? Seria uma linhagem real que remonta ao próprio Jesus de Nazaré? O que não é esclarecido é como Saunière transformou isso tudo em riquezas. Teria ele entregue o tesouro à alguma pessoa ou ordem especial?

Uma outra especulação é que Saunière achou um tesouro celta, cátaro ou templário. Esse tesouro poderia ser uma relíquia especial que foi vendida, ou simplesmente *muito* ouro e prata enterrados que são bastante comuns nessa região. Há diversos sinais de minas antigas desde a época dos romanos até hoje.

Pierre Plantard, o fundador da ordem do Priorado de Sião (que realmente existe, mas talvez não seja o que você imagina), fez bastante questão de ligar a história do Chateau aos desígnios de uma nova ordem francesa, ou quem sabe até mundial. Muitos livros e documentários foram feitos com essa história em mente, mas, infelizmente ela é moderna e bastante contestada. Plantard faleceu recentemente após ser desacreditado e negar toda a história que foi criada por ele em um processo judicial do Governo Francês.

O grande mistério de toda a história aqui é que ninguém até hoje soube explicar com precisão o porquê das pistas deixadas o quê foi guardado e descoberto aqui. Mais que isso, as pistas ainda apontam para possíveis outros tesouros que deixaram (e ainda deixam) a comunidade excitada em explorar a história do lugar, personagens e suas origens.

O mito é uma das ferramentas para motivar a exploração. Inúmeros aventureiros partiram em busca de grandes tesouros e conhecimentos e, alguns, mesmo não encontrando, acharam caminhos, personagens e histórias que até hoje são contadas e compartilhadas. A lenda de Saunière e da região de Rennes-le-Chateau é o pano de fundo perfeito para mais uma viagem com grandes aprendizados, e quem sabe a descoberta do próprio tesouro que há dentro de nós.

Saudações, e mais uma vez, a verdade está lá fora!