Louis Wolf

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A Teoria da Atlântida na Indonésia - Evidências e Mitos por Prof. Arysio Santos

Elefantes caminhando em uma grande planície de cultivo de grãos junto com cavalos imponentes e livres. As montanhas, vulcânicas, são ricas em minérios com três cores diferentes de pedras que são usadas nas construções comuns e nos templos. Ao olhar para a grande cidade, em camadas circulares concêntricas, no meio dessa planície cercada por montanhas, vemos um grande sistema de canais que mantém contato e comércio com o mundo antigo.

Você já desconfia de onde estamos? Essa pergunta não é muito difícil de responder se você é um conhecedor das lendas da Atlântida. Mas, você desconfiaria que o nosso grande continente perdido fica na... Indonésia?

 

Quem foi O PROF. ARYSIO SANTOS?

A Atlântida tem sido objeto de fascínio desde as eras mais antigas e já fizemos alguns conteúdos explicando um pouco sobre ela. Até hoje, ninguém sabe se ela realmente existiu e muito menos onde ela se localizava. Porém, uma coisa é fato: já foram organizadas expedições recentes, buscas na era moderna e até mesmo videntes como Edgar Cayce foram enfáticos em cravar a existência do continente perdido.

Há tempos tenho um livro bastante interessante do Prof. Arysio Santos, Brasileiro, que defendia uma teoria bastante controversa: Não só o continente perdido da Atlântida existiu, mas ele ficava no oceano pacífico, bem onde conhecemos hoje como a Indonésia. Confesso que tenho visto algumas teorias absurdas não só aqui na rede, mas em alguns livros, e, como um bom explorador, eu precisava conhecer essa teoria um pouco mais e melhor.

O Prof. Arysio Nunes dos Santos foi um engenheiro elétrico com doutorado em física nuclear e docente livre. Além disso, atuou como geólogo e climatologista, contribuindo significativamente para a teoria da Era do Gelo e do Catastrofismo. Sua pesquisa argumenta que um cataclismo levou ao fim de um paraíso original, identificado como a Atlântida e o Jardim do Éden, citados em várias culturas e religiões. Ao longo de mais de 30 anos, Santos pesquisou temas como simbolismo, alquimia e mitologia comparada, e dominou várias línguas antigas, como grego, latim, sânscrito e dravídico, o que o ajudou a decifrar línguas como etrusca e pelasga, ligando-as ao Oriente, o local original da Atlântida segundo seus estudos.

 

Evidências do continente perdido na indonésia

O Prof. Arysio é um profundo conhecedor da geografia, lendas, linguagem e mitologia antiga na sua obra. Com isso, ele coloca pontos bastante interessantes e pertinentes fazendo uma comparação da famosa obra Timeu e Crítias de Platão com todas essas características.

Entre os pontos que ele considera relevantes para a identificação do continente perdido estão desde uma população imensa, possibilidade de comércio marítimo extenso até mesmo características mitológicas com templos e monumentos antigos, até a presença de metais preciosos e vulcanismo na região.

Mais do que isso, o Prof. Arysio compara esses pontos com outros locais já citados por outros autores e refuta vários deles de uma forma bastante convincente.

Recomendamos uma visita no site do Prof. AQUI para maiores detalhes.

 

Algumas Curiosidades interessantes e quebras de paradigma

Além das comparações pertinentes com fatos e dados, notei algumas quebras de paradigmas interessantes por meio de pesquisa feita pela Prof. Arysio. Seguem aqui as principais:

Tamanho Continental: Líbia e Ásia Menor

A Atlântida é notadamente descrita por Platão como um continente submerso maior que a Ásia Menor e a Líbia juntas. Não questiono aqui a possível falta de acurácia da descrição feita em uma época com escassez de recursos de medição exata, mas, onde mais poderia existir um continente afundado com essa dimensão?

Alguns pregam que poderia ser na mesodorsal atlântica, mas mapeamentos mostram que além de ser uma área bastante profunda em alguns pontos, ela não tem as características de um continente perdido. Uma outra área que restaria seria exatamente na parte recentemente submersa dentro do arquipélago da Indonésia, que há 12.500 anos atrás, possivelmente começou a ser alagado. Seria essa a origem do Mito do Dilúvio?

Duas colheitas por ano e clima tropical

O Professor argumenta que para que um continente ou ilha tivessem duas colheitas por ano, e um clima agradável e tropical, deveria ser em uma latitude mais próxima ao equador. Essa observação é bastante pertinente considerando que estávamos em plena era glacial, e outros locais do planeta dentro das faixas dos trópicos não atenderiam aos critérios de Platão (Amazônia, América Central, África...). Já os lugares que estão fora da faixa tropical, seriam muito pouco prováveis de apresentarem o clima e colheitas da forma relatada (Grã-Bretanha, Atlântico Norte, Escandinávia...).

Uma outra curiosidade aqui são os relatos dos ventos do Paraíso em textos como os de Homero, Hesíodo e até mesmo de Josefo, bem como de vários outros autores clássicos. Na verdade, estes ventos são também a brisa fresca da tarde que Deus desfrutou no Paraíso, na companhia de Adão. Os ventos alísios são deslocamentos de massas de ar que se realizam dos trópicos para o equador, trazendo umidade e frescor.

Oceano Atlântico? Tudo era Atlântico.

Muitos (inclusive eu) podem estar argumentando agora: Mas Platão não disse que a Atlântida ficava no Oceano Atlântico? Como pode ela estar no meio do Oceano Pacífico?

Aqui há uma pegadinha. O Oceano Atlântico foi batizado com esse nome exatamente por conta da lenda do grande continente. Mas, as descrições apenas diziam que o Continente ficava além dos Pilares de Hércules (Estreito de Gibraltar).

Antigamente acreditava-se apenas em “Oceano” que era a massa de água que circundava os três continentes até então conhecidos (Ásia, África e Europa). Sendo assim, qualquer continente ou ilha mítica que ficasse além dos pilares de Hércules, no meio do Grande Oceano, poderia ser a Atlântida. Não havia uma divisão nítida na época de Platão entre Oceano Índico, Pacífico e Atlântico.

A Catástrofe e o Dilúvio

Uma curiosidade bastante interessante sobre a teoria da Atlântida na Indonésia é que o arquipélago é um dos pouquíssimos lugares no planeta que tinha seu território bastante diferente em larga escala comparado a 12 mil anos atrás. Outros são o continente de Doggerland onde é hoje a Grã-Bretanha, uma parte do Crescente Fértil no Oriente Médio e até uma boa parte da costa das Américas.

O planeta estava no final de uma grande era glacial e uma boa parte da água dos oceanos estava concentrada em geleiras imensas em ambos os polos. Isso é cientificamente comprovado e sabido pelos estudos recentes. Mais que isso, já se teoriza um grande impacto ou explosão vulcânica que provocou o fim dessa era glacial com um grande dilúvio, assim como contado nos mitos antigos. Esse fenômeno é conhecido como a Hipótese do Younger Dryas que permitiu grandes alterações climáticas e geográficas no planeta.

Nesse contexto, os níveis dos oceanos “pré-dilúvio” eram menores do que os atuais em até 120 metros. Toda essa água que passou das geleiras para os oceanos também foi conhecida como Meltwater Pulse 1B. Como consequência disso, uma boa parte desses continentes foi completamente submersa dando lugar ao nosso mapa mundi atual.

 

Minhas opiniões e conclusões

À primeira vista a teoria da Atlântida na Indonésia me pareceu bastante absurda. Minhas primeiras memórias e estudos sempre fizeram referência ao suposto continente no meio do oceano atlântico ou em outros lugares próximos das civilizações mais citadas e conhecidas pelo ocidente.

No entanto, fiquei bastante intrigado com a coleção de evidências interessantes que o Prof. Arysio trás em sua obra. As Índias são reconhecidamente uma das civilizações mais antigas, frutíferas e místicas da história e pouco sabemos sobre sua incrível origem ancestral. Sua linguagem deu origem a quase toda a linguagem do mundo. Mais do que isso, o Oceano Pacífico é o berço de grandes mistérios, fazendo alcançar inclusive as Américas com os maravilhosos Moais, na Ilha de Páscoa e as misteriosas civilizações pré-incas e de Tiahuanaco.

O sânscrito, seja lá o quanto antigo for, é de uma maravilhosa estrutura; mais perfeito que o grego, mais copioso que o latim, e de um requinte dotado de maior sensibilidade que qualquer dos dois, mantendo, porém, com ambos, uma afinidade, tanto nas raízes verbais quanto nas formas gramaticais, mais forte do que poderia ter sido ocasionada por mero acidente; tão forte, de fato, que filólogo algum seria capaz de examinar estas três línguas e não acreditar que tenham surgido de alguma fonte comum, que, talvez, não mais exista.

-Sir William Jones, 1786.

Já mostramos aqui em outros conteúdos que há traços marcantes da genética da Oceania nos Índios da América. Teriam todos eles vindo por meio da grande ponte glacial de Behring? Mitos locais dizem que não e confirmam que grandes navegadores chegaram às nossas costas, mas pelo outro lado, milhares de anos antes do que pensávamos. Quem, afinal, são esses navegadores?

Por isso, estamos partindo em breve para Indonésia para explorar e ver com nossos próprios olhos. Quando juntamos a teoria e a experiência, podemos evoluir com mais facilidade nos pontos obscuros das histórias, mitos, e até mesmo da própria ciência.

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