As Aventuras Místicas de Nicholas Roerich nas Montanhas da Ásia

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Quem foi Nicholas Roerich?

Nicholas Roerich foi um renomado artista, escritor, arqueólogo e explorador russo do século XX. Ele nasceu em 9 de outubro de 1874, em São Petersburgo, Rússia, e faleceu em 13 de dezembro de 1947, na Índia.

Roerich é conhecido por inúmeras contribuições para a humanidade. Suas pinturas, muitas vezes retratando paisagens místicas e espirituais, foram inspiradas por suas viagens e pela sua filosofia esotérica que vamos falar a seguir aqui nesse conteúdo. Ele também era um defensor fervoroso da paz mundial e promoveu a proteção do patrimônio cultural e natural.

Além de suas realizações no mundo das artes, Roerich se aventurou em várias expedições nas montanhas da Ásia Central. Durante as décadas de 1920 e 1930, ele liderou uma série de expedições conhecidas como "Expedições Roerich" ou "Expedições pela Rota da Seda". Seu objetivo principal declarado era pesquisar e preservar o patrimônio cultural dessas regiões remotas, mas o que realmente Roerich buscava?

Uma das expedições mais famosas de Roerich foi a "Expedição Central Asiática" de 1924-1928. A equipe de Roerich incluía sua esposa, Helena Roerich, e seus filhos. Eles percorreram vastas áreas da Ásia Central, incluindo o Tibete, a Mongólia e a Sibéria. Durante a expedição, Roerich coletou inúmeras esculturas, manuscritos e artefatos arqueológicos, e também documentou detalhadamente as culturas e as paisagens que encontraram.

A Família Roerich na Índia, onde viveu.

Nicholas Roerich considerava a região das montanhas do Himalaia, em particular, como um tesouro espiritual e um local sagrado de grande importância. Ele acreditava que essas montanhas eram o lar de antigos conhecimentos e civilizações.

 

A Relação de Roerich com o Misticismo

Roerich tinha um profundo interesse pelo misticismo, espiritualidade e filosofia esotérica. Ele buscava uma compreensão mais ampla da existência humana, da natureza do universo e da conexão entre os aspectos materiais e espirituais da vida.

Além disso, ele acreditava na existência de uma sabedoria antiga e oculta que estava presente em diferentes culturas e civilizações ao longo da história. Ele via a arte como uma forma de expressão espiritual e procurava transmitir esses ensinamentos em suas pinturas. Muitas de suas obras retratam símbolos, alegorias e temas espirituais, capturando uma sensação de mistério e transcendência dos locais por onde passou, quando as fotografias ainda não eram possíveis.

Santa Sofia e a Sabedoria Toda-Poderosa. As representações do explorador misturam paisagens do local com lendas, mitos e esoterismo.

Ao longo de suas expedições, Roerich esperava encontrar evidências concretas dessas antigas tradições espirituais e místicas. Ele procurava sinais de uma cultura espiritual elevada e acreditava que as montanhas da Ásia Central eram portadoras desse conhecimento antigo. O explorador estava particularmente interessado no Tibete e em suas tradições espirituais, como o budismo tibetano.

Em seus relatos, Roerich descreveu encontros com lamas tibetanos e outros indivíduos espiritualmente sintonizados. Ele discutiu suas conversas e trocas de conhecimento com essas pessoas, compartilhando insights sobre a filosofia esotérica, meditação, karma, reencarnação e a busca pela iluminação espiritual.

As expedições do Russo também tinham o objetivo de encontrar e resgatar o conhecimento de Shambhala, uma lendária cidade espiritual oculta nas montanhas da Ásia. Ele considerava Shambhala como um centro de sabedoria e redenção, e expressou a esperança de que a humanidade pudesse se aproximar do ideal espiritual desse local e alcançar uma era de paz e compreensão mútua.

Seria essa uma representação do Shambala ou apenas uma obra imaginativa de Roerich?

 

A Lenda da Pedra Chintamani na ásia 

A Pedra Chintamani é uma relíquia mística mencionada em várias tradições esotéricas e mitologias asiáticas. De acordo com a lenda, ela é uma joia sagrada, um objeto de poder, que possui propriedades mágicas e é capaz de conceder desejos e trazer prosperidade espiritual. Diz-se que essa pedra poderia ser encontrada nas regiões remotas das montanhas do Himalaia, especificamente associada ao reino lendário de Shambhala.

Nicholas Roerich, inspirado pelas histórias e mitos sobre Shambhala e a Pedra Chintamani, dedicou parte de suas expedições às montanhas da Ásia Central em busca desse tesouro místico. Ele acreditava que a Pedra Chintamani poderia ser um símbolo poderoso de sabedoria e iluminação espiritual.

É bastante contestado que Roerich tenha encontrado fisicamente a Pedra Chintamani durante suas expedições. De forma bastante semelhante ao Santo Graal, ele considerava a Pedra Chintamani como um símbolo de busca espiritual, representando a jornada do ser humano em direção à sua própria iluminação.

No entanto, há algo bastante curioso: Algumas de suas pinturas sugerem uma possível representação física da Pedra Chintamani ou de seu significado pelos lugares onde passou. Roerich incorporou em suas obras símbolos esotéricos e místicos que ainda permanecem pouco compreendidos para os incautos.

O que Roerich segurava? Muitos dizem que era a Pedra Chintamani.

Assim, a lenda da Pedra Chintamani desempenhou um papel simbólico nas explorações e na visão de Roerich, inspirando-o a se aventurar nas montanhas da Ásia Central em busca de profundo conhecimento espiritual e preservação do patrimônio cultural dessas regiões. A lenda também acrescentou uma camada de misticismo e fascínio à sua jornada, ressoando com suas crenças esotéricas e filosofia artística.

 

O Financiamento das Expedições e uma figura curiosa: Henry Wallace 

Nicholas Roerich contou com o apoio financeiro de várias fontes para suas expedições. Uma das figuras importantes em seu financiamento foi o político e filantropo norte-americano Henry A. Wallace.

Henry Wallace foi, nada mais nada menos que vice-presidente dos Estados Unidos de 1941 a 1945, durante a presidência de Franklin D. Roosevelt. Ele era um homem de múltiplos interesses, incluindo a espiritualidade, filosofia e ciência. Wallace também tinha afinidade, assim como Roerich, pela Sociedade Teosófica, uma organização esotérica que promove a investigação dos mistérios da vida e a busca por sabedoria espiritual.

Roerich e Wallace compartilhavam interesses comuns na espiritualidade e na preservação cultural, o que levou a uma colaboração entre eles. Wallace apoiou financeiramente algumas das expedições de Roerich nas montanhas da Ásia Central. Ele via o trabalho de Roerich como uma oportunidade de promover o entendimento cultural e espiritual entre as nações.

Henry Wallace e Roosevelt, também reconhecidamente Maçom.

Nesse contexto, há uma teoria altamente contestada que muitas das relíquias e conhecimentos capturados por Roerich tenham sido transferidos para os Estados Unidos. Esses tesouros inclusive teriam os ajudado a ganhar a Segunda Guerra Mundial e angariar grande sucesso, como já conhecemos. Mas, esse terreno ainda é bastante incerto e vamos deixar aqui só como curiosidade para aqueles que querem buscar mais informações sobre.

 

Obras Notáveis de Roerich

Nicholas Roerich escreveu vários livros ao longo de sua vida, abordando temas como arte, espiritualidade, filosofia e exploração. Abaixo estão alguns dos seus livros mais conhecidos, com um breve resumo de cada um:

Coração da Ásia: Neste livro, Roerich narra suas expedições às regiões remotas da Ásia Central. Ele descreve as paisagens, culturas e tradições dessas áreas, bem como suas próprias reflexões sobre a conexão espiritual entre o Oriente e o Ocidente.

Shambhala: Em Busca da Nova Era: Roerich explora o conceito místico de Shambhala, a lendária cidade espiritual nas montanhas. Ele compartilha suas reflexões sobre o significado simbólico de Shambhala e a busca da humanidade por uma era de paz e iluminação espiritual.

Chama no Cálice: Neste livro, Roerich aborda o papel da arte como uma expressão espiritual e seu impacto na transformação cultural e social. Ele discute a importância de despertar a criatividade e a intuição para o benefício da humanidade.

Altai-Himalaia: Um Diário de Viagem: Este livro é um diário de suas expedições pela Ásia Central. Roerich descreve as paisagens deslumbrantes, as comunidades locais, suas descobertas arqueológicas e encontros com figuras espirituais durante suas jornadas.

 

Conclusões

Para mim, Roerich foi uma figura incrível e exemplo de explorador. Ele dedicou sua vida a desbravar terras desconhecidas, buscando não apenas enriquecer seu conhecimento sobre as culturas e belezas naturais dessas regiões, mas também a proteger seu patrimônio cultural.

Suas expedições foram uma fusão de exploração geográfica, pesquisa arqueológica, expressão artística e busca espiritual. Seu legado como grande explorador se estende além das fronteiras físicas que ele atravessou. Sua visão humanitária continua a inspirar pessoas ao redor do mundo a explorar não apenas o desconhecido, mas também a despertar a consciência coletiva e a promover a paz e a preservação.

Talvez seja isso que todos nós, exploradores, devemos ser.

Vejo vocês no próximo. A verdade está lá fora!