O Mistério do Santo Graal e sua Relação com os Cavaleiros Templários
Disclaimer
A intenção desse conteúdo é expandir a consciência sobre determinados lugares, mitos e histórias contadas em algum momento pela humanidade. Muitas das informações podem não encontrar embasamento científico ou contrariar teorias correntes. O conhecimento, ao longo da história, é constantemente atualizado, construído ou substituído quando há uma compreensão maior. Sendo assim, queremos construir uma abordagem séria, dentro do livre pensamento, e na sua utilização de forma benéfica para a evolução coletiva. Se você gosta desse tipo de conteúdo considere, por favornos seguir no Instagram e Youtube para mais.
A lenda do Santo Graal é contada em fábulas antigas como a história do Rei Arthur e da távola redonda e até em filmes hollywoodianos com sucessos como o Indiana Jones e a Última Cruzada e o Código da Vinci de Dan Brown. Essas histórias, apesar de diferentes em alguns aspectos, especulam sobre um artefato de poderes miraculosos que remete ao próprio Cristo. Mais do que isso, alguns até afirmam que o Graal pode ser uma “pedra” mágica, ou mesmo a linhagem sagrada que carrega o sangue de Jesus.
Mas, o que disso tudo pode ser considerado sério?
Mais uma vez, aqui trazemos história e folclore por meio da exploração, misturados com a ciência para explorar não só lugares, mas a literatura e conhecimentos perdidos para lançar luz sobre esse incrível tema. Vamos explorar textos esquecidos e fazer algumas ligações surpreendentes nesse nosso conteúdo. Prepare a pipoca e vamos lá...
O Graal Cálice e a lenda de Merlin e o Rei Arthur
O Santo Graal é considerado em grande parte dos textos e publicações um artefato de incrível poder capaz de conceder ao seu portador vida eterna, abundância, cura, desejos e juventude ilimitada.
A linha mais tradicional, Cristã, prega que o Graal foi o cálice usado por Jesus Cristo durante a Última Ceia. Posteriormente, esse mesmo cálice foi utilizado para recolher o seu sangue durante sua crucificação. Essa sequência de eventos conferiu ao artefato seus “poderes” mágicos, e até hoje ele é reclamado por algumas igrejas pelo mundo como guardiãs da peça.
A própria lenda do Graal ressuscitou um milênio depois por meio de obras como Merlin de Robert de Boron e Parsifal de Chrétien de Troyes e Wolfram von Eschenbach. Todos eram identificados como poetas e trovadores, mas contaram uma história cheia de detalhes e mistérios que persistem até hoje com a história que aos poucos vem sendo revelada.
Esses poetas escreveram sobre famosos cavaleiros lendários como o Rei Arthur e seus companheiros da Távola Redonda. Na lenda, a busca pelo Santo Graal é muitas vezes retratada como uma jornada espiritual e iniciática, na qual os cavaleiros devem superar várias provações e desafios para provar sua pureza de coração e dignidade.
Robert de Boron acrescentou um ingrediente novo nessa história: o personagem bíblico José de Arimatéia. Em Merlim, Arimatéia é encarregado de guardar e proteger o Santo Graal, fugindo de barco para a atual Inglaterra e fundando lá a primeira sociedade cristã britânica, onde se localiza a atual cidade de Glastonbury.
Para quem já é familiar com Avalon, o lugar mítico que encerrava o corpo do Rei Arthur, é exatamente essa a localização. Outras especulações dizem que o próprio Arthur era descendente direto de Cristo e foi tutorado por Arimatéia (o velho Merlim), dando origem inclusive a própria lenda do Sangreal (Sangue Real) que é uma alternativa a teoria do cálice objeto.
O Graal Vivo, ou a Linhagem de Cristo
A linhagem sagrada de Cristo é uma teoria bastante contestada, mas que ganhou bastante notoriedade recentemente com o trabalho de Dan Brown. Vários autores fizeram trabalhos investigativos para ligar essa história com possíveis evidências ao longo dos milênios em monastérios, bibliotecas e relatos escritos.
Alguns autores e pesquisadores acreditam que José de Arimateia, iniciou uma linhagem secreta de guardiões do “Sangreal” após sua chegada na Europa. Essa linhagem, que acredita-se ser descendente direta de Jesus Cristo e Maria Madalena, é conhecida como o próprio Graal Vivo, ou seja, os portadores do sangue de Cristo com seus poderes e realeza.
A linhagem de Cristo é vista como um segredo escondido pela Igreja Católica, que tentou ocultar o fato de que Jesus tinha uma esposa, Maria Madalena, e que seus descendentes viveram até hoje. Talvez isso fosse conveniente como uma forma de proteger a linhagem de possíveis perseguições e assassinatos, mas ao mesmo tempo era desejável para uma Igreja em ascensão por meio do Império Romano para a preservação do seu poderio.
Outra parte da lenda cita a dinastia Merovíngia, que governou a França do século V ao século VIII, e que era descendente de Jesus Cristo e de sua esposa Maria Madalena, através da linhagem secreta chamada de “Sangreal”. Os reis merovíngios eram conhecidos como "reis sagrados" e eram considerados investidos de uma autoridade divina, já que supostamente possuíam o sangue sagrado de Jesus Cristo em suas veias.
Essa história se originou no século XII com o livro "Perceval, ou o Conto do Graal", escrito pelo poeta francês Chrétien de Troyes. Alguns estudiosos acreditam que a lenda dos merovíngios pode ter alguma base histórica. No entanto, apesar de muitos indícios, ainda faltam ligações concretas que realmente apoiem a ideia de que a dinastia era de fato descendente de Jesus Cristo.
O Graal Pedra (Filosofal), ou Alquímico
Wolfram von Eschenbach, um dos autores mais misteriosos da nossa pesquisa, adicionou uma nova dimensão na Lenda do Graal. O Graal não era um cálice ou uma linhagem, mas sim uma pedra.
Segundo a lenda de Wolfram von Eschenbach, a pedra do Graal era feita de uma substância chamada "Lapis exilis" ou "Pedra de Exílio", que supostamente caiu do céu em forma de um meteorito. Esta pedra era a fonte de poder e de vida do Graal, e somente aqueles que eram puros de coração e virtuosos poderiam se aproximar dela e usar seus poderes.
Essa lenda tem uma incrível similaridade com a lenda da Pedra Chintamani da Ásia e com a própria lenda da Esmeralda de Lúcifer que podemos desdobrar em conteúdos futuros. Da mesma forma que as suas similares lendas, a pedra era descrita como tendo propriedades curativas e era usada para curar feridas e doenças, realizar desejos, bem como para proporcionar visões e revelações espirituais.
Além disso o Graal segundo von Eschenbach é visto como um símbolo de redenção espiritual. Esse mito conversa bastante com a Pedra Filosofal, ou Pedra Alquímica que já citamos no conteúdo sobre a alquimía do filme Uma História sem Fim. Aqueles que procuram o Graal devem se tornar virtuosos e puros de coração, a fim de ganhar o direito de se aproximar da pedra do Graal e usar seus poderes.
Esse conceito também encaixa perfeitamente no acrônimo VITRIOL, muito utilizado por iniciados, alquimistas e buscadores sinceros para achar a sabedoria suprema. VITRIOL é um acrônimo latino que representa a frase "Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem", que em português significa "Visite o interior da Terra e retificando (purificando) você encontrará a pedra oculta".
Cada uma das palavras que compõem o acrônimo VITRIOL tem um significado específico dentro da tradição alquímica:
Visita - significa "visita", "vá", "adentre". Refere-se à jornada interior que o alquimista deve fazer para alcançar a transformação e a sabedoria.
Interiora - significa "interior". Refere-se ao trabalho que deve ser feito dentro de si mesmo, na esfera psicológica e espiritual.
Terrae - significa "da Terra". Refere-se ao mundo material e físico em que vivemos.
Rectificando - significa "retificando", "purificando". Refere-se ao processo de purificação e transformação interior que o alquimista deve realizar para alcançar a sabedoria.
Invenies - significa "você encontrará". Refere-se à descoberta do segredo oculto dentro de si mesmo.
Occultum - significa "oculto". Refere-se à sabedoria e ao conhecimento que estão ocultos dentro do ser humano e que devem ser descobertos por meio da jornada interior.
Lapidem - significa "pedra", ou o Graal em si. Refere-se à "pedra filosofal", o objetivo final da busca alquímica, que simboliza a transformação interior e a sabedoria conquistada por meio da jornada interior.
O VITRIOL é um convite para que o alquimista empreenda uma jornada interior em busca da sabedoria e da transformação pessoal, retificando e purificando a si mesmo para descobrir o segredo oculto dentro de si e alcançar a "pedra filosofal".
E o que os Templários tem a ver com isso?
Os Templários, oficialmente, foram uma ordem militar e religiosa fundada no século XII durante as Cruzadas, com o objetivo de proteger os peregrinos cristãos que viajavam para a Terra Santa. Eles se tornaram uma das ordens mais poderosas e influentes da Idade Média, acumulando riqueza e propriedades em toda a Europa.
Coincidentemente, nessa mesma época surgiram as histórias do Graal que citamos acima (von Eschenbach, de Boron e de Troyes). A relação dos Templários com o Santo Graal é um tema recorrente em muitas lendas e vem tentando ganhar espaço com novos indícios sendo levantados por meio de pesquisa. Nesse caso, quase todas apontam que os Templários eram os guardiões do Graal (artefato ou linhagem).
Uma das correntes prega que os Templários teriam descoberto e protegido o Graal durante as Cruzadas. Uma das lendas mais famosas sobre os Templários e o Graal é a história de que eles teriam encontrado o Graal em Jerusalém, abaixo do Monte do Templo, onde fixaram sua fortaleza por vários anos, e levado-o para a Europa. Essa história também prega que o Graal teria sido protegido em algum lugar na França pelos Templários.
Na linha do Graal Vivo, outra teoria sugere que os Templários teriam encontrado os segredos ocultos sobre a linhagem de Jesus Cristo e teriam protegido esses segredos por meio da guarda dessa linhagem até os dias de hoje.
Os templários pela história oficial foram dissolvidos em 1307, quando o rei francês Filipe IV, iniciou uma campanha para destruí-los e confiscar sua imensa riqueza. Ele acusou a ordem de práticas heréticas, incluindo adoração ao demônio e blasfêmia contra a Igreja Católica. Eles também foram acusados de realizarem cerimônias secretas que possivelmente envolviam o “Graal”.
As acusações foram baseadas principalmente em confissões obtidas sob tortura. Filipe IV também usou sua influência sobre o papa Clemente V para convocar um concílio e julgar os Templários.
Muitos dos membros da ordem foram presos, torturados e executados, incluindo seu líder, Jacques de Molay, que foi queimado vivo na fogueira em 1314. A lenda diz que antes de morrer, de Molay amaldiçoou seus acusadores, incluindo o rei Filipe IV e o papa Clemente V, dizendo que eles iriam morrer antes do final do ano, o que realmente aconteceu.
Embora a ordem tenha sido oficialmente dissolvida, muitos Templários fugiram e se refugiaram em outras ordens ou sob a proteção de reis europeus. Alguns historiadores acreditam que a influência dos Templários sobreviveu através de suas conexões com outras ordens, incluindo os Hospitaleiros, em Malta, os Cavaleiros Teutônicos na Alemanha e Norte da Europa, e até mesmo em Portugal e no “Novo Mundo” nas Américas.
Conclusões
Vimos aqui muitas teorias, algumas realmente surpreendentes, sobre a história do Santo Graal. Não queremos aqui convencer o neófito de que uma versão é mais correta que a outra, ou até mesmo que elas são reais. Cabe a cada um analisar o mérito das informações com sua própria sabedoria.
Fica ao final, mais uma vez, perguntas que nos estimulam a pesquisar mais e pensar sobre a lenda e a tradição oral contada:
Qual foi a real missão dos Cavaleiros Templários? Teriam sido regidos por uma organização ainda mais oculta?
Por que, ao chegar em Jerusalem, se instalaram exatamente acima da Monte do Templo e mantiveram-se fortificados ali por anos antes de partir?
Seria o Graal realmente um objeto? Por que várias religiões e crenças consideram histórias similares sobre esse artefato?
Teriam sido os Cavaleiros Templários extintos, ou continuam existindo até hoje em diferentes disfarces, mas com a mesma missão e simbolismo?
Em breve, estaremos partindo para uma jornada onde estaremos em contato direto com essas histórias. A verdade está lá fora!
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