Expedição Pantanal Cast - Experiências com a Sigma 150-600mm
Ter novas experiências e aprendizados deveria estar na jornada de todo bom fotógrafo e ser humano. Dessa vez, foi hora de sair um pouco da zona de conforto das fotografias estáticas de paisagens para algo mais dinâmico e inesperado.
O Pantanal oferece um cardápio cheio para aqueles que querem fotografar pássaros exóticos, onças, jacarés e toda uma fauna variada. Claro que nós fomos lá e fizemos várias fotos incríveis com a Sigma 150-600mm e estamos fazendo esse conteúdo para transmitir as experiências para vocês.
Especificações
Logo de cara vou falar das coisas que chamam mais a atenção e requerem cuidado na Sigma 150-600mm: O peso e o tamanho.
Com pouco mais de 34 cm e pesando 2kg, é inegável que essa lente é uma verdadeira peça para se carregar numa mochila ou bolsa à parte. Isso quer dizer que você precisa ser muito estratégico para levá-la nas suas viagens. Por que? Simplesmente não dá para sair por aí fazendo trilhas longas, no calor e ir para locais onde você precisa economizar espaço, desfilando com ela.
Sendo assim, levamos a Sigma, mas deixamos a maior parte do tempo ela guardada, apenas aguardando o momento adequado (nesse caso o Pantanal) para desembrulhar e disparar.
Por que resolvi usar a Sigma?
Assim como falei no último post, o grande foco da viagem era fotografar a riqueza da fauna do Pantanal. A melhor forma de fazer isso, obviamente, é com uma lente que te dê todo o alcance para fotografar aves e animais que vão estar a dezena de metros de distância. Logo, a Sigma era uma escolha óbvia para se aventurar sem correr o risco de perder nenhum frame.
Quando comprei a lente há anos atrás, meu objetivo era exatamente usar em circunstâncias como essa. Uma pena eu não ter treinado um tanto antes, mas desafio dado, desafio aceito! E por falar em desafios, vamos para o mais importante desse post que é falar para vocês todos os obstáculos que enfrentamos.
Desafios
Foco
Um dos desafios que enfrentei logo de cara foi acertar o foco. Comecei no automático, mas logo percebi que estava perdendo muitas fotos pela velocidade dos animais, para galhos e outros objetos da composição, e até mesmo para minhas tremidas (normais) em 600mm.
Assim, migrei logo para o foco manual com o Focus Peaking da Canon EOS R ligado. Essa foi a melhor experiência que pude ter em termo de foco, apesar de um pouco mais trabalhosa. Era bem simples ver o foco iluminado e tentar mirar os olhos do animal, mesmo em um momento mais breve. Depois de algumas dezenas de cliques você vai se acostumando e melhorando.
A sensibilidade do anel do foco da Sigma é bem boa e a ergonomia também, o que facilitou o processo de aprendizado.
Peso
Como falei anteriormente, o peso da Sigma 150-600mm não é dos mais tranquilos. Por 30 minutos você nem percebe muito, mas quando você precisa ficar o dia inteiro fotografando sem apoio… dá para malhar bem o braço.
Junta-se a isso a necessidade de precisão, especialmente em um range mais ampliado. Peso é inversamente proporcional à precisão nesse caso, o que pode fazer você ficar um pouco frustrado se não tiver a técnica correta.
A melhor forma que encontrei para driblar essa questão do peso x precisão foi manter os cotovelos o mais próximo possível do tronco quando possível para firmar. Esticar os braços, apenas quando necessário, e até mesmo segurar com a outra mão não embaixo do corpo da lente, mas na frente, logo abaixo do para-sol.
Exposição
Um outro fator aqui a se destacar sobre aprendizado com uma lente tele é: muitas imagens que fiz eu usei a técnica de exposição oposta às fotografias de paisagens.
Como?
Paisagens: Velocidade variável, mas baixa > ISO, o menor possível > f/8-22 dependendo da cena > Timer ligado
Vida Selvagem: Velocidade, a mais alta possível > ISO (800-1600-3200 às vezes!) > f, o menor possível > Disparo contínuo ligado
É interessante trocar completamente o modelo mental aqui. As cenas de animais acontecem de forma muito rápida e precisam de outro tipo de abordagem. Adequar a velocidade da sua fotografia é fundamental para pegar cenas incríveis, limpas e nítidas.
Conclusões
Foi realmente uma experiência maravilhosa como fotógrafo e explorador. Fazer coisas diferentes está no nosso DNA, e aprender com elas também. O crescimento sempre vem quando você tem que sair da sua zona de conforto, e o Pantanal foi excelente para isso.
A Sigma mostrou-se mais uma vez uma opção sólida para fazer imagens de alto nível. Fiquei até empolgado para voltar e também visitar outros lugares na África e usar e abusar desse novo hobby.
Além disso, ver a fauna incrível, estar com pessoas comprometidas com a preservação, cuidado e crescimento da natureza é ímpar em um momento que precisamos voltar as nossas atenções cada vez mais para criar um futuro abundante e verde no planeta.
Confira algumas das fotos aí embaixo! Nos vemos no próximo! Até!