O Mistério dos Fenícios e Povos do Norte nas Américas
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A intenção desse conteúdo é expandir a consciência sobre determinados lugares, mitos e histórias contadas em algum momento pela humanidade. Muitas das informações podem não encontrar embasamento científico ou contrariar teorias correntes. O conhecimento, ao longo da história, é constantemente atualizado, construído ou substituído quando há uma compreensão maior. Sendo assim, queremos construir uma abordagem séria, dentro do livre pensamento, e na sua utilização de forma benéfica para a evolução coletiva. Se você gosta desse tipo de conteúdo considere, por favor nos seguir no Instagram e Youtube para mais.
Celtas no Peru? Fenícios nas Américas? Vikings atravessando o Atlântico?
Ontem vi um documentário de uma respeitada produtora (Timeline/PBS) onde falava-se sobre a possível presença de europeus do “velho mundo” nas Américas bem antes das datas conhecidas historicamente (link ao final do artigo).
A história pode não parecer tão nova assim para aqueles que já foram iniciados nos círculos controversos de teorias que pairam: De runas na América do Norte até misteriosas inscrições e manuscritos no Brasil. Na minha opinião, o que mais chamou a atenção no vídeo foi a quantidade de pesquisas e estudos que estão sendo desenvolvidos no sentido de seguir pistas que tem se tornado cada vez mais evidências de viagens pré-colombianas para o “novo continente”.
Nesse artigo vamos apresentar algumas teorias, com efeito exploratório para curiosos, pesquisadores e aventureiros que pretendem tecer com os fios de conhecimento de diversas fontes no tempo. Começaremos pelas teorias mais aceitas até as mais “absurdas”, entendendo que o conhecimento é livre e a inteligência de cada um é seu juiz.
Vikings nas Américas
Essa teoria já é abertamente conhecida e discutida nos últimos anos. Estudos e pesquisas por meio de datação de eventos naturais apontam que os nórdicos se estabeleceram no que hoje é o norte do Canadá há aproximadamente um milênio.
Além disso, escavações encontraram evidências de casas que haviam sido erguidas pelos vikings. O corte angular e preciso em madeiras, algo que só poderia ter sido feito com machados ou outras ferramentas de metal, contraria a teoria de construção por meio dos nativos originários que desconheciam a metalurgia. [1]
A tradição escrita (as sagas), antes das pesquisas, conta a história de Leif Erikson, que liderou uma expedição a partir da Groenlândia em direção ao oeste. Ele navegou por mares desconhecidos, em busca de terra e recursos para suprir as carências na colônia da Groenlândia e teria encontrado uma terra de florestas e pradarias, com riachos cheios de salmão. Por ter encontrado videiras de uvas silvestres, chamou o novo território de Vinlândia. [2]
Há também relatos de descobertas de runas em locais mais internos na América do norte, sinalizando uma incursão desses povos e até interação com os nativos. Se você vive nos EUA é possível visitar esse local que informa no próprio site [3][4]:
“The 55 acre park is the home of a large sandstone that contains 8 runic markings believed to have been a boundary marker created by Vikings between 600 and 800AD. This park offers a little over 2 miles of hiking trails, a scenic overlook, tent camping sites, a few sites with electrical hook-ups, secluded primitive campsites, limited RV hook-ups, playground, seasonal waterfall, picnic areas, amphitheater, event center and gift shop. This park allows dogs but they are required to be on a leash at all times and owners are expected to clean up after them.”
Os Chachapoyas e os Celtas na Amazônia
Aqui começamos a entrar em um território mais nebuloso e desconhecido. Talvez muitos ainda não conheçam a civilização Chachapoya que habitava o norte do Peru e ainda é um grande mistério, em um território que ficou conhecido amplamente pelo domínio Inca. Chachapoya é uma palavra indígena, que significa “Homens da Neblina” ou “Guerreiros das Nuvens”.
Os Chachapoyas eram um grupo pequeno comparado aos seus conterrâneos. Viviam em locais de difícil acesso nos canyons e montanhas próximos à fronteira da amazônica peruana. Eles eram também conhecidos como “índios brancos” e Pedro Cieza de Léon enfatiza a sua aparência exótica em suas descrições da história do Peru. Os últimos registros da civilização datam do final do século 15, quando foram dominamos pelo império Inca.
O grande mistério começa especialmente pelas suas características fenotípicas com cabelo loiros e olhos claros. Além disso, conforme relatado no próprio documentário, esse povo tinha hábitos, construções e tecnologia bastante parecida com o que é observado nos europeus da galícia e inclusive nos celtas.
Curioso lembrar que da mesma forma que Avalon, a mítica ilha que povoa o imaginário druídico, era conhecida como “ilha das brumas”, esse povo também tem sua alcunha bastante similar de “homens da neblina” ligando suas origens aos povos do norte.
Outros traços a se notar são múmias mostrando resquícios de cabelos claros e trepanações que eram muito comuns do outro lado do atlântico. Além disso, a presença de máscaras funerárias com olhos claros, raros nos povos originários, são achadas aqui nessa região do Peru, fato bastante estranho.
Muitos questionam que os povos originários tenham sido influenciados por esses visitantes, mas não tenho dúvidas de que as grandes civilizações peruanas tinham avançados conhecimentos sobre engenharia, agricultura, astronomia e militares antes mesmo dessas visitas.
O ponto aqui é que a partir dessas novas pistas pode-se questionar uma série de paradigma: Quem sabe as civilizações europeias, algumas ainda na era das trevas, não teriam sido também influenciadas por esses nativos com seus conhecimentos antigos?
Manuscrito 512 e Inscrições no Nordeste do Brasil
Vamos aumentar um pouco mais a temperatura aqui com essa história pode ser considerada como ciência alternativa ou fraude. No entanto, tendo em vista as pistas que apresentamos, ela vem ganhando importância. Os relatos e achados são simplesmente impressionantes, se verídicos.
O Manuscrito 512 é um misterioso documento que existe na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro datado da época do Brasil colonial. O documento, de caráter expedicionário, consiste em um relato de um grupo de bandeirantes (exploradores antigos), embora o nome de seu autor seja desconhecido.
O acesso ao documento original é extremamente restrito atualmente, embora uma versão digitalizada dele tenha sido disponibilizada recentemente com a atualização digital da Biblioteca Nacional. Você pode conferir essa cópia aqui [5]
Basicamente o Manuscrito 512 relata a descoberta de uma civilização antiga no meio do Sertão Brasileiro por meio de ruínas e inscrições desconhecidas que são copiadas no documento.
No relato da expedição, os bandeirantes avistaram uma grande cidade, que a princípio confundiram com um povoado já existente. Todavia ao inspecioná-la, verificaram uma lista de estranhezas, além do fato de estar em completamente arruinada, e totalmente vazia. Seus prédios, muitos deles com mais de um andar jaziam abandonados e sem qualquer vestígio de presença humana, como móveis ou outros artefatos.
A entrada na cidade era possível apenas por meio de somente um caminho ornado na entrada com três arcos, o principal e maior ao centro, e dois menores aos lados; o autor do texto expedicionário observa que todos traziam inscrições em uma letra indecifrável no alto, que lhes foi impossível ler dada a altura dos arcos, e menos ainda reconhecer.
O aspecto da cidade narrada no Manuscrito 512, mescla caracteres semelhantes aos de civilizações antigas, porém traz ainda outros elementos não identificados ou sem associação recente.
A identidade dos bandeirantes do grupo aparentemente foi perdida, restando apenas o manuscrito enviado. A localização da cidade supostamente visitada tornou-se um mistério que viria atrair atenção de renomadas figuras históricas tal como D. Pedro II.
O único objeto mencionado pela expedição de bandeirantes, que foi encontrado ao acaso e descrito cuidadosamente na carta, consiste em uma grande moeda confeccionada em ouro. Tal objeto, de existência e destino incógnitos, trazia emblemas em sua superfície: cravados na peça havia em uma face o desenho de um rapaz ajoelhado, e no reverso combinados permaneciam as imagens de um arco, uma coroa, e uma flecha.
Além do incrível relato do Manuscrito 512, há também descobertas como as inscrições da Pedra do Ingá, na Paraíba (Brasil), que tem sido alvo de crescente pesquisas nacionais e internacionais. Alguns alegam que seus petróglifos assemelham-se com outros símbolos identificados em civilizações de além-mar como fenícios e celtas.
Ainda no território Brasileiro, as inscrições de Pouso Alto e da Pedra Lavrada na Paraíba supostamente registram a passagem de civilizações antigas por meio dos fenícios, que teriam marcado presença nas américas muito antes de se conhecer sequer a existência do continente segundo mapas e relatos de historiadores da época.
“Somos filhos de Canaã, de Sidon, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hirão, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui, 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor.”
Pedra da Gávea e os Fenícios
Essa teoria é a mais contestada de todas, considerando algum nível de flexibilidade que é preciso para entender e decifrar os petróglifos que alegadamente estão presentes na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, Brasil.
Ludwing Schwennhagen e Bernardo Ramos defenderam a ideia das inscrições no começo do séc. XX. Embora a corrente oficial acredite que as ranhuras sejam apenas sinais de erosão natural, outros presumem que, de fato, a vinda dos fenícios ao Brasil é verídica e creditam essas marcas na rocha a eles.
A frase “Jethbaal, fenício de Tiro, filho mais velho de Badezir” seria uma homenagem póstuma do rei Badezir a seu filho mais velho. Além disso, o formato da montanha lembrando uma esfinge foi esculpida em homenagem a ele, em umas das faces da Pedra da Gávea.
Atualmente, cientistas argumentam que tanto o “rosto humano” como as inscrições se formaram mediante processos naturais. Nesse sentido, o rosto humano que vemos seria apenas fruto de um fenômeno psicológico conhecido como pareidolia. Lembramos aqui que a Pedra da Gávea é local de curiosas formações, cavernas e curiosos que buscam o local por objetivos místicos.
Conclusões
Uma verdadeira miríade de pistas e evidências abrem novos panoramas que podem selar a presença de povos europeus nas américas antes mesmo do que se imaginava. Esse fato, mesmo sendo novo para a história e ciência, é bastante conhecido pela tradição oral de muitos povos pelo mundo.
Desde os “Povos do Mar” dos egípcios até as figuras semidivinas de Viracocha e Quetzalcoatl, desconhecemos oficialmente muitas histórias de viajantes de longe que guerrearam ou trouxeram grandes revoluções e foram transmitidas nas fogueiras e salões de grandes impérios.
Devemos, obviamente, tomar cuidado com teorias absurdas e falsas que podem colocar em xeque a seriedade de um novo conhecimento, e com isso atrasar ainda mais seu desvelo. Mas, novamente buscamos guarida nos conhecimentos e relatos antigos, que ainda que espetaculosos em suas linhas podem fornecer peças importantes para entender aquilo que ainda não revelamos.
O Folclore é uma ferramenta fundamental motivadora da exploração, e com isso, novas descobertas. Estamos no encalço, pois, mais uma vez, a verdade está lá fora!
[2] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46899791
[3] https://www.heavenerrunestonepark.com/
[4] https://www.bbc.com/travel/article/20221030-the-mysterious-viking-runes-found-in-a-landlocked-us-state
[5] https://www.bn.gov.br/explore/curiosidades/documento-512-mapa-uma-cidade-perdida
[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_presen%C3%A7a_de_fen%C3%ADcios_no_Brasil
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