Olá, Galera! Nesse conteúdo vamos compartilhar um pouco da nossa experiência na viagem que fizemos para o Peru, em maio de 2022. Se você curte fotografia de paisagens, fotografia de viagens, experiências mais profundas e bastante aventura, certamente esse é o lugar para você.

Vamos dividir o conteúdo em algumas seções importantes. Cada uma delas em si mereceria uma abordagem exclusiva, mas vamos expandir algumas delas mais para o futuro e conforme os pedidos de vocês.

Época Ideal

Apesar do Peru ser um país grande com vários microclimas, há duas épocas que marcam bastante o calendário dos viajantes: a época seca e a de chuvas. Inúmeros guias nos alertaram da época de chuvas em várias trilhas e locais que visitamos e que as coisas ficam um pouco mais “complicadas”, se assim podemos dizer.

Então:

Abril a Setembro – Época Seca – Inverno

Outubro a Março – Época de Chuvas – Verão

Como dissemos anteriormente, fomos em maio, pois achamos que seria a combinação perfeita de tempo seco e ensolarado e frio não tão intenso. Se você for para as montanhas, deve também prestar atenção que junho, julho e agosto são o auge do inverno. No nosso caso, pegamos apenas uma breve chuva antes de subir para a Laguna Humantay. O resto dos dias foi seco e ensolarado conforme previsto.

Altitude

Essa é a primeira coisa que todo mundo pensa antes de viajar para o Peru. A altitude é um problema para algumas pessoas, e obviamente você deve ter em mente esse fator antes de planejar e viajar.

Há várias formas de driblar um pouco os efeitos. Vou falar o que fiz, não sendo isso necessariamente um guia para você seguir também. Lembre-se sempre de consultar um profissional para saber exatamente o que você pode e não pode fazer.

No meu caso, tenho treinado por alguns anos durante a manhã para melhorar o condicionamento físico e cardíaco. Nada especial ou muito puxado, mas tentando sempre desafiar um pouco a cada treino. Eu recomendo muito o aplicativo Freeletics se você quer começar sozinho essa jornada.

Outras coisas MUITO importantes para mim foram:

Alimentação adequada e leve, especialmente alguns dias antes e no começo da viagem;
Boa hidratação;
Evitei álcool alguns dias antes e no começo da viagem;
Boas noites de sono;

Como esperado não sofri o famoso Soroche, ou Mal de Altitude, nos primeiros dias e fiquei totalmente aclimatado nos dias seguintes. Vou falar sobre isso adiante.

Aclimatação

Acabando de pousar em Cusco, o corpo começa a tentar se adaptar ao oxigênio mais escasso. Não senti absolutamente nada ao sair do avião, mas você sente um pouco mais de cansaço ao subir escadas, ladeiras, falar seguidamente. Nada incapacitante, mas pode incomodar se você não estiver muito bem.

A altitude tem efeitos diferentes em pessoas diferentes, então cautela é necessária. Algumas coisas que eu fiz para aclimatar com cuidado foram:

Primeiro dia: Caminhadas na própria cidade. Se você estiver confortável, pode até arriscar umas ladeirinhas e escadas ou esticar um pouco o trajeto. Hidrate-se. Coma leve. Durma bem.
Segundo dia: Fomos ao Vale Sagrado para fazer um roteiro de dia inteiro passando pelas principais atrações (detalhes abaixo). O Vale Sagrado é mais baixo, e se você vincular com algumas caminhadas LEVES pode ajudar bastante no processo natural do seu organismo. Leve sempre uma garrafinha d’agua (600ml ou 1l) com você.

A partir do terceiro dia começamos nossas trilhas sem grandes problemas.

Mobilidade

Costumamos fazer sempre nossas viagens alugando carros e indo de forma independente para os lugares. No Peru a estratégia foi diferente. Por quê?

O trânsito no Peru é bastante caótico e as estradas nem sempre estão com uma conservação ideal. Além disso muitos lugares ficavam a uma distância bastante grande, em locais remotos ou em rotas de trilhas que não eram ida e volta. Muitos blogs recomendam não dirigir no Peru por conta desses fatores.

Para evitar o stress e focar a energia no que era mais importante contratamos guias para as principais atrações e trilhas. O traslado era bem grande em alguns, e aproveitamos inclusive para descansar no trajeto (ida e volta).

Você pode até tentar alugar um carro ou planejar tudo sozinho, mas pode colocar alguns pontinhos na escala de desafio nesse caso. Eu não recomendaria.

Roteiro das Trilhas e Locais

Após os cuidados básicos, vamos falar um pouco sobre a divisão da nossa viagem:

Primeiros dois dias – Exploração da cidade (Cusco) e Vale Sagrado
Terceiro ao sétimo dia – Trilha Salkantay
Oitavo dia – Descanso
Nono dia ao décimo primeiro – Ida ao Lago Titicaca
Décimo segundo dia – Descanso
Décimo terceiro e Décimo quarto – Palccoyo e Montanhas de Ausangate
Décimo quinto dia – Descanso
Décimo sexto dia – Visitas arqueológicas em Cusco
Décimo sétimo dia – Trilha à Wakrapukara
Décimo oitavo dia – Descanso
Décimo nono dia – Retorno ao Brasil

Se você perceber bem nosso roteiro ele está com bastante dias de descanso, especialmente antes e após fazer as trilhas. Não duvide do poder de colocar um dia para você fazer absolutamente nada. Recarregue. Alimente-se bem. Resolva coisas que podem se colocar no caminho (roupas sujas, comprar algum equipamento, sanar imprevistos). Isso é fundamental se você quer ir longe e bem.

Iríamos fazer o roteiro de 5 dias pelas montanhas de Ausangate, mas tivemos a notícia que as montanhas arco-íris estavam fechadas o que acabou frustrando nossos planos. Como não saberíamos ao certo como iríamos nos sentir após a Salkantay, acabamos optando por rotas menores e alguns dias extras de descanso.

Se eu pudesse escolher novamente, talvez faria os 5 dias de roteiro no Ausangate, sabendo que consegui superar bem a altitude. Mas, cautela é sempre fundamental para você não ficar na mão, especialmente em uma primeira vez.

Vamos falar sobre as trilhas e locais em conteúdos futuros.

Equipamentos e Oportunidades Fotográficas

Se você é fotógrafo como eu já deve ter feito algumas viagens de mochila cheia. Filtros grandes, tripé, três lentes diferentes. Precisamos conversar aqui.

É possível que você tenha que fazer algumas escolhas durante a sua viagem. Talvez uma garrafa d’água vai valer mais que aquela lente que você vai usar só em três fotos das quinhentas que você vai tirar. Talvez uma mochila mais leve vai te levar mais longe e melhor do que você ir todo paramentado subir até 4600m.

Faça escolhas inteligentes.

Eu levei na maioria das vezes minha Canon EOS R com uma lente bastante versátil no corpo (24-105mm f/4). Se você tiver uma 24-70mm é uma ótima escolha também. Não leve mais equipamentos que você consiga carregar! Afinal, se você ficar pelo caminho sua câmera não vai andar até o alto da montanha. Leve coisas para dar suporte à VOCE e não à sua câmera e fotos. Leve filtros leves e portáteis. É aqui você vai precisar ser criativo e mostrar suas habilidades de verdade.

Há várias oportunidades fotográficas perto das montanhas. Animais locais, composições com as pedras, rios, cascatinhas, horas douradas... vamos falar delas nos conteúdos futuros de cada um dos locais.

Um outro detalhe é que você vai precisar sair um pouco da zona de conforto com relação a fazer coisas que você faria em trilhas curtas, ou estacionando próximo ao que você vai fotografar. Em alguns momentos você pode até esquecer de puxar a câmera por causa do cansaço, fome, etc. Então, seja resiliente!

Experiências

Essa viagem foi incrível para sair da caixinha da Fotografia de Paisagens tradicional. Estar imerso em culturas, povos, roteiros onde você precisa andar por dias a fio é bastante desafiador para expandir a consciência e usar a fotografia como ferramenta para comunicar o mundo para o mundo.

Eu sempre fui muito focado em mostrar a beleza de inúmeras paisagens, mas as vezes, você começa a entrar por um túnel de realidade muito estreito e fazer as mesmas coisas que todos (ir aos mesmos lugares, usar efeitos exagerados nas fotos).

Aqui é uma viagem onde você vai respirar a natureza. Vai interagir com povos que você nunca imaginou existir. Vai aprender coisas para contar histórias com as imagens... Se não é a sua vibe, tudo bem! Mas, já é bom você ir avisado para não se decepcionar. Caso seja, você vai ter as experiências mais incríveis por meio de superação, confraternização e amizade.

Conforme eu for publicando os conteúdos de cada local vou aprofundando mais nas fotos, técnicas e experiências. Nesse aqui quis dar uma cobertura mais geral do que você pode esperar e fazer para ter uma excelente viagem.

Até os próximos!

Trilhas e Fotografias de Paisagens e Viagem no Peru – Um Breve Relato