A Arca da Aliança na Etiópia: A História Obscura de um Legado Perdido

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A intenção desse conteúdo é expandir a consciência sobre determinados lugares, mitos e histórias contadas em algum momento pela humanidade. Muitas das informações podem não encontrar embasamento científico ou contrariar teorias correntes. O conhecimento, ao longo da história, é constantemente atualizado, construído ou substituído quando há uma compreensão maior. Sendo assim, queremos construir uma abordagem séria, dentro do livre pensamento, e na sua utilização de forma benéfica para a evolução coletiva. Se você gosta desse tipo de conteúdo considere nos seguir no Instagram e Youtube para mais.

Introdução

A história da humanidade está repleta de mistérios que desafiam a compreensão e cativam a imaginação. Um dos mais fascinantes é o mistério em torno da Arca da Aliança, um artefato lendário com profundas raízes históricas e religiosas. Será que ela realmente existiu? Teriam seus poderes sido reais?

Neste conteúdo, exploraremos a história da Arca da Aliança e os mistérios que a cercam, incluindo seu último paradeiro conhecido, a conexão com a Rainha de Sabá e o Kebra Negast um misterioso livro etíope que narra essa história oculta.

O Que é a Arca, Segundo a História?

A Arca da Aliança é um dos artefatos mais sagrados da tradição judaica, com uma história que remonta aos tempos de Moisés e ao famoso episódio no topo do Monte Sinai. De acordo com a Bíblia, Moisés, sob as instruções divinas, construiu a Arca da Aliança a partir de madeira de acácia e a revestiu com ouro puro. Seu interior abrigava as Tábuas da Lei, que continham os Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés. A Arca era um objeto de grande poder e significado, sendo considerada a morada terrena de Deus. Ela acompanhava os israelitas em sua jornada pelo deserto, liderando o caminho e protegendo o povo escolhido.

A Arca da Aliança era muito mais do que uma simples caixa de ouro; era o elo tangível entre Deus e os israelitas, um símbolo de Sua aliança com o povo judeu. Ela era reverenciada e temida, e apenas sacerdotes especialmente consagrados tinham permissão para tocá-la. Seu papel nas histórias bíblicas, como a passagem do Rio Jordão e a queda das muralhas de Jericó, destaca sua importância nas crenças religiosas e na história vitoriosa de Israel. Essa conexão divina e histórica faz da Arca da Aliança um dos mistérios mais envolventes da humanidade, pois sua jornada e destino final continuam a ser uma fonte de especulação e fascínio até os dias de hoje.

Qual o Último Paradeiro Conhecido da Arca?

O último paradeiro conhecido da Arca da Aliança é um dos enigmas mais intrigantes da história. De acordo com os registros bíblicos, a Arca estava alojada no Templo de Salomão, em Jerusalém, após a construção do templo no século X a.C. O Templo de Salomão era e ainda é o local mais sagrado do judaísmo. A Arca repousava no Santo dos Santos, uma câmara interior do templo que só o sumo sacerdote tinha permissão de acessar, e apenas uma vez por ano.

Entretanto, em 587 a.C., o Templo de Salomão foi destruído pelos babilônios sob o comando de Nabucodonosor II. Isso marca o último registro histórico da Arca na Bíblia, deixando seu destino após a destruição do templo envolto em mistério. Não existem evidências claras que indiquem o que aconteceu com a Arca após esse evento. Alguns acreditam que ela foi capturada pelos babilônios, enquanto outros sugerem que ela pode ter sido escondida para evitar sua captura, ou até mesmo roubada. Esse mistério em torno do destino da Arca da Aliança tem instigado a curiosidade de exploradores, arqueólogos e pesquisadores por séculos, alimentando teorias e expedições em busca de respostas.

A História de Menelik, a Rainha de Sabá e Salomão

Uma das narrativas mais intrigantes envolvendo a Arca da Aliança é a lenda que conecta a realeza etíope à sua posse. De acordo com a tradição etíope, Menelik, supostamente filho do lendário Rei Salomão e da Rainha de Sabá, desempenha um papel fundamental nessa história. A Rainha de Sabá, que governava uma região que hoje engloba partes da Etiópia e do Iêmen, viajou até Jerusalém para encontrar o sábio rei Salomão. Os relatos bíblicos e as lendas etíopes afirmam que a rainha ficou impressionada com a sabedoria de Salomão e o amor entre eles resultou na concepção de Menelik mais tarde quando ela retornou para sua terra natal.

Conforme a lenda, Menelik, mais tarde, visitou seu pai em Jerusalém e, ao retornar para a Etiópia, supostamente conseguiu levar de forma secreta, a Arca da Aliança. No entanto, é importante observar que a autenticidade dessa história é amplamente debatida e não é amplamente aceita pela comunidade judaica ou por muitos estudiosos. Ainda assim, essa lenda continua a ser uma parte essencial da tradição etíope, sustentando a crença de que a Arca da Aliança repousa na África, o que gera um profundo senso de orgulho e devoção no seu povo.

O Kebra Nagast, a Bíblia Copta e os Judeus da Etiópia

A conexão entre a Arca da Aliança e a Etiópia é profundamente enraizada na tradição religiosa nas próprias igrejas desse país. O "Kebra Nagast", também conhecido como "A Gloriosa Linhagem dos Reis", é um texto etíope que desempenha um papel central na promoção da ideia de que a Arca da Aliança está na Etiópia. Este livro, que combina história, mitologia e religião, narra a história da realeza etíope e sua ligação com o Rei Salomão e a Rainha de Sabá, consolidando a crença de que a Arca foi trazida para a Etiópia por seu filho Menelik.

E a Rainha partiu e chegou ao país de Bâlâ Zadîsârĕyâ, nove meses e cinco dias após ter se separado do Rei Salomão. E as dores do parto recaíram sobre ela, e ela deu à luz a um menino, e o entregou à ama com grande orgulho e alegria. E ela aguardou até que os dias de sua purificação terminassem, e então chegou a seu próprio país com grande pompa e cerimônia. E seus oficiais que haviam permanecido lá trouxeram presentes para a sua senhora, reverenciaram-na, e prestaram homenagens a ela, e todas as fronteiras do país regozijaram com sua chegada. Aqueles que eram nobres, dentre eles, ela vestiu com esplendidos trajes, e para alguns ela deu ouro e prata, e vestes roxas e jacinto; e ela deu a eles todo o tipo de coisas que eles pudessem desejar. E ela comandava seu reino corretamente, e ninguém desobedecia a seus comandos; pois ela amava a sabedoria e Deus fortalecia seu reino.

E o menino cresceu e ela o chamou de Bayna-Lehkem (Menyelek, ou Menelik). E o menino alcançou a idade dos doze anos, e perguntou a seus amigos dentre os meninos que estavam sendo educados com ele, e disse a eles: “Quem é meu pai?”. E eles disseram-lhe: “Salomão, o Rei”. E ele foi até a Rainha, sua mãe, e disse a ela: “Oh! Rainha, faze-me saber quem é meu pai”. E a Rainha falou com ele de forma brava, querendo amedrontá-lo, para que ele não desejasse ir [até seu pai], dizendo: “Por que me perguntas sobre teu pai? Eu sou teu pai e tua mãe; não procures saber nada mais”. E o menino saiu de sua presença e sentou-se. E uma segunda vez, e uma terceira vez, ele perguntou a ela, e ele a importunou para lhe contar. Um dia, contudo, ela falou a ele, dizendo: “Seu país é longe, e a estrada para lá é muito difícil; tu não preferes ficar aqui?”. E o jovem Bayna-Lehkem era bonito, e todo o seu corpo, seus membros e o porte de seus ombros lembravam os do Rei Salomão, seu pai, e seus olhos, suas pernas e toda a sua postura lembravam os de Salomão, o Rei.

Kebra Nagast, Glória dos Reis, Cap. 32. Pag. 63.


Assim falou o Rei Salomao. E o Rei ergueu-se com ira e partiu para perseguir [os homens da Etiopia]. E, quando o Rei, seus nobres, e seus homens poderosos de guerra levantaram-se, os ancioes de Israel, as viuvas e as virgens se reuniram na casa de Deus e choraram por Siao, pois o Tabernaculo da Lei de Deus havia sido levado deles.

Kebra Nagast, Glória dos Reis, Cap. 58. Pag. 102.

  

Além disso, a Bíblia Copta, utilizada por alguns ramos da Igreja Ortodoxa Etíope, inclui a Arca da Aliança como um elemento importante de sua tradição religiosa. Essa versão da Bíblia contém detalhes e histórias adicionais que reforçam a conexão etíope com a Arca.

Um documentário bastante interessante da Timeline aborda essa questão, mostrando no mundo real a ligação dos sacerdotes Etíopes com essa lenda. Além disso, Graham Hancock no seu livro “The Sign and The Seal” também apresenta a questão de forma bastante profunda e inquisitiva. Mistério ou não, quais seriam os motivos para tamanho zelo desses guardiões e sua relação com os mitos e tradições judaicas?

Os judeus da Etiópia também têm uma história única com a Arca da Aliança. Embora sejam uma comunidade judaica numerosa, eles são bastante discretos. Seriam suas tradições orais uma chave para esse enigma?

Histórias Controversas Envolvendo a Arca

A Arca da Aliança é frequentemente associada a uma série de histórias controversas, incluindo teorias de conspiração e tentativas de encontrá-la. Algumas alegações sugerem que a Arca ainda está escondida sob o Monte do Templo em Jerusalém, enquanto outras afirmam que ela foi transportada para lugares distantes como o Egito, ou até mesmo o Canadá e a América do Norte por piratas e escondida em uma ilha.

Os famosos Cavaleiros Templários também tomam parte nessas lendas, pois durante muito tempo tinham o Monte do Templo como sua base principal e fizeram grandes escavações no local. Inúmeros relatos apontam que grande parte das suas riquezas e poderes eram atribuídos a algo além desse mundo.

Conclusões

Vários exploradores e pesquisadores ao longo da história empreenderam expedições para localizar a Arca, mas até hoje, seu destino permanece desconhecido. A história da Arca da Aliança é um enigma fascinante que mistura história, religião e mito. Seu significado religioso e cultural é inegável, e sua busca tem cativado a imaginação de gerações.

Embora muitas teorias e histórias controversas circulem em torno de seu destino, a verdadeira localização da Arca continua envolta em mistério. Sua existência é apontada em diversas histórias pelo mundo, mas onde para onde ela foi? Quem hoje tem em sua custódia esse incrível artefato?

Se olharmos com cuidado, podemos achar, na história oculta e nas tradições antigas, as respostas para esse mistério. Afinal de contas, a verdade está lá fora!